Fundadores

Fundadores

Ana Amorim

Irmã Ana de Jesus Faria de Amorim (Fundadora)

Ana de Jesus Faria de Amorim, nasceu a 25 de março de 1896, em Soutelo, concelho de Vila Verde, distrito de Braga. Aos 24 anos, decidiu seguir a vida religiosa, na Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria. Interpelada pelo clamor dos mais pobres, saiu deste instituto e em Fátima, a 15 de setembro de 1942, inicia a “Obra da Divina Providência”.

Ana de Jesus Faria de Amorim nasceu 25 de Março de 1896 Nasceu Ana de Jesus Faria de Amorim em Soutelo, Vila Verde, Braga

Batismo – 27 de Março de 1896

Foram seus pais: Manuel Amorim e Isabel Faria;

Frequentou a escola em Soutelo até á 4ª Classe. Não era comum as mulheres irem estudar.

Órfã de ambos os pais aos doze anos, viveu desde criança entusiasmada pela vida de fé que seus pais, que eram franciscanos da Ordem Terceira, lhe comunicaram. Ana vai á procura da sua subsistência. Primeiro vai servir, numa Casa abastada de Soutelo, Quinta da Cruz, mais tarde, não sabemos a data, foi para a Paróquia de Gondoriz, Arcos de Valdevez para ajudar um tio Sacerdote.

Sentindo-se chamada á Vida Religiosa em 1920, com 24 anos de idade entra na Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, em Tuy, Galiza. Em 1921 entrou para o noviciado. No dia a 13 de junho de 1923 proferiu os primeiros votos, passando a chamar-se Irmã Ascensão. Três anos depois, a 13 de junho de 1926, ano em que se celebrava o sétimo centenário da morte de S. Francisco de Assis, fez a Profissão Perpétua. Ana sentia-se a mulher mais feliz.

Durante 18 anos viveu e trabalhou nas Casas do instituto de Portugal e em França. Em todas elas viveu e trabalhou no mais fiel desempenho das humildes tarefas que lhe foram confiadas, enfermagem, porteira, saídas em peditórios….

Interpelava-a a pobreza e sofrimento dos “mais pequeninos”, nos quais sempre viu os “membros de Cristo”, não conseguia assistir passiva ao alastrar das feridas sociais agravadas pela II Guerra Mundial.

Foi sobretudo a partir desta altura que sentiu dentro do seu coração um forte e crescente apelo para dedicar-se aos mais pobres.

Também, tomou conhecimento da Picola Casa della Divina Providenza de Turim, Itália, fundada por São José Bento Cotollengo. Esta obra constituída por Hospitais, oficinas, escolas para todo o tipo de pobres, formava uma cidade na cidade. Para o sustento dos internados, não recebiam qualquer apoio do Estado e a divina providência nunca lhes faltava com o necessário. Com tal exemplo, arreigou-se no seu coração a espiritualidade providencialista que não mais perdeu.

Os Pobres e a fé na Divina Providencia foram de tal modo impulsionadores no coração de Ana, que não tinha outra alternativa se não a de pedir a dispensa de Votos, desligar-se do seu Instituto e seguir o novo chamamento.

As suas superioras, pediram-lhe que orasse e rogasse as luzes divinas, que refletisse e pensasse bem para não cair na precipitação irreparável. Apesar de para ela ser claro o caminho por onde Deus a chamava, esteve 14 anos á espera da autorização da dispensa de Votos.

Na tentativa de impedir que a Irmã Ascensão saísse, as superioras transferiram-na para uma Obra de crianças pobres em Paris.

Tudo isto se passava nos anos de 1939, 1940 e 1941. Estava ela exatamente na capital francesa quando as forças nazis invadem e ocupam a França. Os Estrangeiros deveriam abandonar o País…

A Irmã Ascensão parte a toda a pressa com ordens, ao qual parece de ficar em Espanha, mas, quando deu por si, o comboio estava a entrar em Lisboa…

Depois de ter passado algum tempo numa comunidade de Lisboa, foi mandada para Barcelos, para ficar à frente da Casa do Menino Deus, um patronato para crianças pobres que a Congregação aí abrira. Permaneceu neste trabalho durante cerca de dois anos, mas sempre em grande ânsia por uma resposta da Igreja ao pedido já formulado.

A 5 de Novembro de 1941 é-lhe concedida a dispensa dos Votos. Dispensada juridicamente, que não espiritualmente dos votos, Ana reza e implora o auxílio do céu. Fátima foi íman que a atraiu súbita e irresistivelmente.

Em 15 de Setembro de 1942, chega a Fátima para aí estabelecer o berço da Obra da Divina Providência. A casa que serviu de primeiro abrigo à sua obra situava-se na Moita Redonda”. O Sr. José Luís Gonçalves Ramada, pessoa natural do Porto que veio para Fátima estabelecer negócio, construiu a Pensão “Sagrada Família” (primeira casa do género), situada na Moita, chamada a “Casa da Vista Alegre”, que acabou por doar à Ir. Ana. Como a Obra não tinha forma legal, a doação foi feita em nome do Santuário, pela pessoa do então reitor, Cónego Amílcar Martins Fontes.

Sob a muito desejada proteção de Nossa Senhora de Fátima, retoma o nome de batismo, disposta a imitar o estilo de vida dos Pastorinhos. Nesse mesmo ano obtém a aprovação oral da Obra por parte do Bispo de Leiria e, atendendo ao convite do Prelado de Beja, abre duas casas nesta diocese. De forma providencial conseguiu, entretanto, reunir meios para edificar mais uma casa em Fátima, onde instala o “Abrigo da Divina Providência”, inaugurado em 1958 (atual sede da Congregação), e abrir uma casa em Coimbra.

Ao longo dos trinta anos que dedicou à sua Obra e Congregação, a Irmã Ana de Jesus tudo fez para garantir para estas e as suas Irmãs a aprovação canónica. E, na verdade, não morreu sem vislumbrar já sinais claros desse reconhecimento por parte da Igreja. Partiu para o Pai, a quem chamou sempre a “Divina Providência”, no mês da Mãe, a 10 de Maio de 1976.

Tal como Francisco de Assis e Bento Cotollengo de Turim, a Irmã Fundadora, Ana de Jesus Faria de Amorim, não se perdia em lucubrações teológicas providencialistas.

O seu lema era o mesmo de São Francisco de Assis e do Santo de Turim: Caridade para com todos os irmãos/criaturas, confiança e abandono, ilimitados na divina providencia; Fazer todo o bem possível e confiar sempre em Deus, Divina Providencia.

Tanto ela, como José Bento Colollengo acreditavam sem a mínima hesitação, de que Deus cuida e vela por todos. Tanto damos de comer a dois pobres como a dois mil; quem reza com confiança e se abandona nas mãos de Deus, tem à disposição todos os recursos de Deus.

• O fim especial desta Congregação é o de, com o auxílio da Divina Providência e de Nossa Mãe Imaculada, nossa especial Superiora, acolher os pobrezinhos mais abandonados, sem limites de idade, velhinhos ou crianças, com a promessa de nunca recusar os mais abandonados!”.

• A generosidade da Irmã Companheira deve chegar ao ponto de dispensar o seu leito, no caso de ser preciso acolher mais um Pobrezinho abandonado!

• A amabilidade fraterna deve ser uma das características, das Irmãs Companheiras, em especial para com os mais abandonados!

• Jesus compraz-se com as almas generosas, que deixam todos os rodeios, para atender ao seu chamamento.

• Quem deixar tudo generosamente por Jesus, encontrará Jesus!

• Devemos em tudo zelar com um amor filial, porque tudo pertence à Divina Providência!

• O amor de Jesus para connosco na Sagrada Eucaristia é infinito. Peçamos luz e fé, para amarmos mais e mais a sagrada Comunhão.

• Amai, caríssimas Irmãs, esta Obra da Divina Providência, fortemente unidas; vivei como a família de Nazaré! Obedecei com alegria, obedecei com espírito de fé.

• As ínfimas servas da Divina Providência também são convidadas a responder ao apelo vibrante dos nossos irmãos, em terras de Missão, onde a necessidade o solicite.

Adelino Pereira

Frei Adelino Pereira, OFM (Co-Fundador)

Frei Adelino nasceu em Caldelas, na freguesia da Caranguejeira, Leiria, a 26 de maio de 1931. A 11 de Outubro 1943, entrou no Seminário dos Franciscanos de Montariol-Braga, fazendo a sua caminhada de formação. A 19 de Dezembro de 1952 professou solenemente na Ordem dos Frades Menores, na Igreja do Seminário da Luz. E, em 29 de junho de 1956, recebeu a Ordenação Sacerdotal, na mesma catedral, pelas mãos do Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira.

Exerceu vários serviços e assumiu diferentes cargos ao serviço da Ordem Franciscana e da Igreja.

O testemunho corajoso, de total confiança na Providência Divina e o amor aos mais pobres, que bebeu da Irmã Fundadora, Ana de Jesus Faria de Amorim, acabou por cativar Frei Adelino e o ligar à Obra da Divina Providência, de tal forma que, nós, Irmãs da Fraternidade Franciscana da Divina Providência apressamo-nos, logo após a sua morte, a assumi-lo oficial e solenemente, no Capítulo Geral de 2007, como seu Cofundador.

Frei Adelino nasceu em Caldelas, na freguesia da Caranguejeira, Leiria, a 26 de Maio de 1931, filho de Manuel Pereira e de Leonor Correia. Depois de ter concluído o ensino primário, com o exame da quarta classe, a 20 de junho de 1943, veio a entrar no Seminário dos Franciscanos de Montariol-Braga, a 11 de Outubro do mesmo ano.

Durante cinco anos estudou no Colégio de Montariol em Braga, com grande dedicação às matérias ensinadas, e não com menor fervor à aprendizagem das virtudes que via nos seus melhores mestres franciscanos.

A segunda etapa da sua formação franciscana leva-o a mais uma viagem até Torres Vedras, onde, a 15 de agosto de 1948, entrou no Convento de Varatojo para iniciar o seu Noviciado, vestindo pela primeira vez o hábito franciscano. Foram seus Mestres de formação o Pe. José da Silva Almeida e o Pe. Roque do Amaral (vice-mestre). Terminado este “ano de prova”, fez a sua primeira Profissão religiosa, a 16 de agosto de 1949. Neste mesmo ano transita para o Seminário Franciscano da Luz, em Lisboa, onde inicia os seus estudos filosóficos em vista à ordenação sacerdotal. No ano seguinte, em dezembro de 1949, mudou-se para o Convento de S. Francisco, em Leiria, para continuar os estudos iniciados em Lisboa.

A 19 de Dezembro de 1952 professou solenemente na Ordem dos Frades Menores, na Igreja do Seminário da Luz. Neste mesmo ano, voltou para o Seminário da Luz, em Lisboa, a fim de continuar os estudos, agora no triénio de teologia. Foi seu Mestre o Pe. David Azevedo. A 19 de Junho de 1955, foi ordenado Diácono, na Sé Catedral de Lisboa, pelas mãos de Dom Manuel Gonçalves Cerejeira. E, em 29 de junho de 1956, recebeu a ordenação sacerdotal, na mesma catedral e pelas mãos do mesmo d Cardeal Patriarca de Lisboa. No dia 7 de Julho de 1956, celebrou a primeira missa ou “missa nova” em Caldelas, paróquia que o viu nascer e que rejubilou com mais um sacerdote desta terra tão fecunda em vocações sacerdotais e franciscanas. Desde então, o jovem e entusiasta sacerdote nunca mais parou, dedicando- -se a cada tarefa que lhe pediam com a mesma paixão com que abraçou a vida franciscana e sacerdotal.

Uma das suas grandes paixões foi sempre o saber, estudar e conhecer para melhor servir e anunciar o Evangelho, também pela via da cultura e do ensino. Assim, em Outubro de 1956 já se encontra em Paris, para iniciar no Instituto Católico, uma Licenciatura em Filosofia. Terminado este ciclo, voltou a Portugal para começar uma outra Licenciatura em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica. Entre 1957 e 1961 dedicou-se, mais uma vez, com todo o afinco ao estudo das letras e dos clássicos da literatura, colhendo as melhores sementes que depois irá, com criatividade, ministrar aos seus numerosíssimos alunos ao longo de muitos anos. Como conclusão do curso, redigiu e defendeu a tese sob o título Teatro Inesiano. Inês de Castro no Teatro Clássico.

Desde então, irá dedicar boa parte do seu tempo e energias ao ensino: primeiro no Seminário Menor de Montariol, entre 1962 e 1967; depois, no Seminário Franciscano de Leiria, entre 1960 e 1962, tendo retomado entre 1967 e 1979, no então chamado Instituto Franciscano. Ensinou ainda na Escola de Enfermagem das Franciscanas Missionárias de Maria (em Lisboa), no Colégio da Cruz da Areia e na Escola Secundária de José Falcão de Coimbra. Depois de fazer o estágio de Românicas, entre 1976-1978, passou, desde este último ano, a lecionar no liceu Francisco Rodrigues Lobo, onde permaneceu como professor efetivo entre 1978 e 1990. O gosto e brio com que preparava as suas aulas deixou em todos os alunos uma marca inesquecível, que faziam do Pe. Adelino um professor “diferente” e muito “avançado”, e entre os colegas professores e nas instituições por onde passou fez da competência uma imagem de marca por todos reconhecida.

Porém, mesmo nos anos mais dedicados ao estudo e ensino, o Pe. Adelino nunca viveu só para as letras e a escola. Foi sempre um sacerdote zeloso e dedicado. É um autor de uma vasta obra literária e espiritual, que se encontra em grande parte publicada (ver “Publicações”). Para além de imensos poemas, muitos dos quais permanecem inéditos, escreveu orações, cânticos, peças de teatro redigidas, muitas vezes, ao serviço da Família Franciscana ou a pedido expresso de alguma congregação.

Foram sem conta os serviços e cargos que assumiu ao serviço da Ordem Franciscana e da Igreja: Guardião do Convento de Montariol (1966-1967) e do Convento da Portela, em Leiria, entre 1969 e 1975 e, de novo, entre 1988 e 1998; Definidor Provincial, entre 1979 e 1998; diretor do Centro de Franciscanismo, entre 1995 e 1998; Assistente das Fraternidades da Ordem Franciscana Secular de Leiria (1969-1975; 1988-1998) e Tomar (1980-1998); Assistente Nacional da Ordem Franciscana Secular, entre 1998 e 2001, data em que foi constituída a Conferência Nacional de Assistentes da mesma Ordem e da qual passou, desde logo, a ser um dos três membros, até à sua despedida desta vida. Entre 1992 e 1995 foi pároco de Alviobeira, Além Ribeira e Casais, na diocese de Santarém.

Nos últimos trinta anos da sua vida, dedicou muito do seu tempo e energias a acompanhar e cuidar da árvore plantada pela Ir. Ana de Jesus.

Nos últimos trinta anos da sua vida, Frei Adelino Pereira dedicou muito do seu tempo e energias a acompanhar e cuidar da árvore plantada pela Ir. Ana de Jesus.

O clamor dos pobres mais pobres levara a Ir. Ana de Jesus Faria de Amorim a deixar tudo, inclusive a sua anterior Congregação religiosa que muito estimava, para se dedicar totalmente a servir a Cristo nos mais necessitados.

Este testemunho corajoso e de total confiança na Providência Divina da Ir. Ana de Jesus acabou por “agarrar” também o Frei Adelino que, pouco a pouco e à medida que melhor conhecia as motivações e carisma dessa grande pequena mulher, se dedicou mais e mais à mesma causa.

Frei Adelino conheceu ainda a Ir. Ana de Jesus, tendo-se correspondido e encontrado com ela no último ano da sua vida. Na Irmã Ana, Frei Adelino viu realmente uma mulher de Deus movida pelo Espírito e pelo amor ao próximo. Ficou desde logo tocado pela força interior desta mulher de uma fé inabalável e caridade infindável.

No ano de 1975, visitou o Abrigo da Divina Providência, na Cova da Iria, e foi-se deixando cativar e envolver pela mesma paixão que levava Ana de Jesus e mais um grupo de uma dúzia de Irmãs a prosseguir na sua missão evangélica. O momento era de grande incerteza. Algumas Irmãs sentiam-se desanimadas e desamparadas perante um futuro incerto: sem aprovação oficial, nem orientação espiritual e eclesial segura. Frei Adelino foi sensível a esta situação, mas deixou-se conquistar sobretudo pelo amor que as Irmãs dedicavam às cerca de cinquenta deficientes físicas e mentais que acolhiam na Casa da Moita Redonda e no Abrigo da Divina Providência da Cova da Iria.

Desde então, e ao longo de cerca de trinta anos, Frei Adelino ficou vinculado à Congregação e suas Irmãs de uma forma inseparável, até ao último momento da sua vida.

Durante estes longos e fecundos anos, boa parte da sua dedicação andou à volta da Casa do Bom Samaritano que ele tinha como “menina dos seus olhos”. Desde a primeira hora ajudou a conceber esta casa, animou as Irmãs a seguirem em frente com a obra e acompanhou-as de porta em porta, de paróquia em paróquia pela diocese de Leiria e outras partes do país, dando a conhecer a espiritualidade e obra da Irmã Fundadora e mobilizando os cristãos para a participação no sonho que a Divina Providência, com a ajuda de todos, acabaria por tornar realidade.

Numa das primeiras visitas que fez à Casa da Moita Redonda, ao ver as pobres condições em que as Irmãs e meninas deficientes viviam, Frei Adelino desabafou: “Irmãs, vós estais aqui a fazer uma caridade desumana!”. Na verdade, depressa percebeu que não bastava continuar a remediar ou aliviar a miséria; era necessário oferecer uma vida condigna aos pobres que viviam sob a responsabilidade das Irmãs e um futuro mais orientado a estas Irmãs que desejavam prosseguir no serviço aos irmãos e a Deus.

E como as Irmãs tivessem respondido “não ter dinheiro para construir uma casa condigna”, Frei Adelino retorquiu sem hesitar: “Irmãs, dinheiro há muito. O que importa é fazer e ir por ele!”. E foi isso que ele fez, como já referimos: juntamente com as Irmãs, “foi por ele” e “o ‘milagre’ deu-se com a simplicidade do sol que nasce ou de uma flor que se abre ao sol ou dum regato que do monte vem e corre pela encosta abaixo” (DP).

A Casa do Bom Samaritano é mais um “milagre” que a Divina Providência operou, servindo-se particularmente do Frei Adelino. Este, na sua qualidade de Assistente da Congregação fundada pela Irmã Ana de Jesus Faria de Amorim, da qual acabaria por beber a espiritualidade providencialista e renovar a sua paixão pelos pobres, soube congregar todas as Irmãs à volta dos Carismas da Irmã Ana. E, uma vez reunido o pequeno rebanho, sabiamente o preparou e mobilizou à volta de um mesmo carisma e missão: oração e evangelização dos mais pobres e serviço e libertação dos mais necessitados.

Da parte das Irmãs da Congregação e Meninas da Casa do Bom Samaritano, que tanto amava, terá recebido as maiores alegrias da sua vida de pastor e irmão menor. E só assim se compreende que a Divina Providência tenha proporcionado tudo para que, excepcionalmente, mas com grato beneplácito dos seus Irmãos Franciscanos, o Frei Adelino tenha vivido os últimos meses de enfermidade na Casa que ele mais amava: a Casa do Bom Samaritano. Nesta acabou por falecer, em 2005, junto das suas Meninas e Irmãs, com uma paz e alegria que nem as dores da agonia conseguiram perturbar.

Como justo reconhecimento da sua ação em prol da consolidação do carisma e ação da Congregação, as Irmãs da Fraternidade Franciscana da Divina Providência apressaram-se, logo após a sua morte, a assumi-lo oficial e solenemente, no Capítulo Geral de 2007, como seu Co-fundador. Se tal título, que o próprio sempre quis evitar, lhe foi justamente reconhecido, ele não ofusca de modo algum os méritos e papel que Deus quis emprestar à Ir. Ana de Jesus, fazendo dela a “Fundadora” da Fraternidade Franciscana da Divina Providência.

Pelo contrário, a presença e ação do Frei Adelino foi importante e decisiva para a Congregação precisamente na medida em que ajudou as Irmãs desta Congregação a verem na Irmã Ana uma força de Deus e na sua Obra um grande dom do Espírito. Por isso, longe de se apagarem ou substituírem um ao outro, estes dois instrumentos da Divina Providência iluminam-se e completam- se mutuamente.